Você gosta de histórias? Espero que sim! Sou uma apaixonada por histórias desde criança, provavelmente pelos momentos incríveis que passava com meu pai. Eu costumava pedir para ele repetir as estórias, mesmo já conhecendo o final. Hoje quero dividir com você uma linda parábola! As parábolas são narrativas que tem o objetivo de ensinar algum preceito moral, elas podem retratar fatos reais e histórias conhecidas, como é o caso da parábola que vamos analisar hoje. Jesus utilizava essa metodologia para ensinar as pessoas, Ele usava elementos simples do dia a dia pra despertar o coração dos seus ouvintes para lições eternas e profundas. O evangelho de Lucas no capítulo 10, versos 25 a 37, relata a famosa “Parábola do Bom Samaritano”. A parábola é contada para responder a indagação de um doutor da lei. Os doutores da lei eram estudiosos da Torá (os cinco primeiros livros da bíblia) e das tradições judaicas e também eram considerados guias espirituais do povo. Um detalhe importante da história é que a intenção inicial do doutor da lei ao dialogar com Cristo era “colocá-Lo a prova”, testando Seus conhecimentos (Lucas 10: 25), mas depois a conversa prossegue numa tentativa do próprio doutor de “justificar-se” (Lucas 10: 29). Em resposta a esta tentativa de justificar sua própria conduta e para leva-lo a uma reflexão, Jesus contou a seguinte parábola: “Descia um homem de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos dos salteadores, os quais o despojaram, e espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto. E, ocasionalmente descia pelo mesmo caminho certo sacerdote; e, vendo-o, passou de largo. E de igual modo também um levita, chegando àquele lugar, e, vendo-o, passou de largo. Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão; E, aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre o seu animal, levou-o para uma estalagem, e cuidou dele; E, partindo no outro dia, tirou dois denários , e deu-os ao hospedeiro, e disse-lhe: Cuida dele; e tudo o que de mais gastares eu to pagarei quando voltar. Qual, pois, destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores? E ele disse: O que usou de misericórdia para com ele. Disse, pois, Jesus: Vai, e faze da mesma maneira”. A parábola está repleta de lições, mas hoje vamos focar em dois pontos: 1. Quem é o meu próximo? Já parou pra pensar que ao pedir para Cristo identificar quem era o seu próximo, implicitamente, o mestre da lei reconhecia a existência de pessoas que poderiam não ser consideradas como semelhantes dele? Pode parecer estranho, mas entre os judeus contemporâneos de Cristo, a questão “Quem é o meu próximo?” gerava debates intermináveis e era comum considerar como próximo apenas outro judeu. Alguns estudiosos da época ainda defendiam a possibilidade de excluir entre o próprio povo judeu algumas classes do conceito de “próximo”, como os escravos, os coletores de impostos, as prostitutas, os samaritanos, os pastores de ovelhas, o povo comum e outros. Na parábola, Cristo “mostrou que nosso próximo não significa unicamente alguém da igreja ou fé a que pertencemos. Não faz referência a nacionalidade, cor ou distinção de classe. Nosso próximo é toda pessoa que carece de nosso auxílio. Nosso próximo é toda pessoa ferida e magoada (...)”. O texto também traz uma sutil ironia, pois Cristo pergunta: “Qual, pois, destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores?” (Lucas 10:36). Veja que Ele inverte a cena! Aqui o próximo é aquele que age em favor do necessitado. Neste sentido, cabe a cada um de nós escolher SER O PRÓXIMO DE ALGUÉM e ajudar aqueles que necessitam. 2. Como as suas práticas religiosas ou espirituais transformam a sua vida? A intrigante história relata que dois religiosos que voltavam do templo (lugar de adoração) viram o necessitado, mas passaram longe, negando auxílio a alguém à beira da morte. Em contrapartida, naquele mesmo caminho passou um samaritano que escolheu ficar perto e socorrer o desconhecido. Interessante notar que pela descrição do relato, é provável que a vítima fosse um judeu e os judeus odiavam os samaritanos. Mesmo assim, o samaritano socorreu a vítima e cuidou dela, cedeu seu tempo, seus remédios (azeite e vinho), seu animal e seu dinheiro. O preconceito e as diferenças não foram capazes de impedir a piedade do samaritano. O texto destaca que ele foi movido de íntima compaixão pelo desconhecido. Que contraste entre as atitudes do texto! E você, como está seu coração? Você se sente movido a ajudar o seu semelhante necessitado? Ao nos conectarmos com Deus somos chamados a crescer em compaixão. Cristo nos convida a olhar além dos rótulos e das diferenças e ser útil ao nosso semelhante. Em dias de tamanha polarização, ódio e indiferença quero convidar você a se aproximar do seu semelhante com compaixão. Ah, não se esqueça que o necessitado nem sempre carece apenas de comida, às vezes também falta afeto, tempo, afago e atenção. Hoje, escolha passar perto daqueles que necessitam! Escolha ser o próximo!
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